As Amoras Impossíveis

Existe algo mais emblemático que o amor? Não falo do amor fraterno ou do que é correspondido. Falo do amor que é sonhado, idealizado, sentido e sofrido. Que só existe pela razão de não ser concreto, de ficar só na imaginação. Aquele amor que é uma dor, mas só porque a gente quer.
Desse tipo de amor existem às pencas. Amores que só se concretizam em poesia, cartas e suspiros. Os objetos de amor são admirados à distância, como aqueles frutos de uma árvore bem alta que jamais se poderia alcançar. 
Dos amores da adolescência restam as Amoras Impossíveis, paixões que se tornando reais, não teriam o mesmo sabor, nem me fariam escrever tanto...
Com o tempo, mas não sem sofrimento, se entende que amar é uma recíproca, requer disposição dos dois lados, um mínimo de lealdade e dedicação a algo que vai além do EU + VOCÊ = NÓS. Que quanto mais alto o grau de exigência, maior é o tombo que se tem do precipício que separa o real e o ideal, e que amar é desejar, mas também é aceitar as qualidades e defeitos do outro.